segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Série - Estudos Bíblicos - "Jesus Sofreu" [ Parte IX ]


Perante o sinédrio – Anás e Caifás (MT 26, 58) (MC 14, 54) (LC 22, 54-55) (JO 18, 12-24); (MT 26: 57-66) (MC 14:53 -64) ( JO 18: 24)

O Evangelho de João é o único que relata o comparecimento de Jesus perante Anás. João inseriu um fato que deve ser observado na história da paixão: o papel que Anás, o principal líder religioso, desempenhou no interrogatório e na execução de Jesus.
Anás não era o sumo sacerdote em exercício quando Jesus foi preso, mas tudo indica que ele detinha o poder por trás do sumo sacerdote vigente, Caifás. Anás havia ocupado o ofício de sumo sacerdote vinte anos atrás, de 7 a 14 d.C., mas Gratos substituiu-o após entrarem em discórdia. Segundo o Antigo Testamento, o sumo sacerdote deveria ocupar seu ofício até o fim da vida. No entanto, Roma ordenara o seguinte aos judeus: “Por meio do seu Sinédrio vocês podem julgar seu próprio povo, mas nós determinaremos quem serão seus sumos sacerdotes”.
Embora Anás tivesse sido afastado do ofício por Roma, os judeus provavelmente continuavam vendo-o como o sumo sacerdote (Lucas 3:2). Anás conseguiu que seu filho Eleazar fosse escolhido como seu sucessor; e depois de Eleazar, ele conseguiu colocar seu genro Caifás nessa posição. Ele também conseguiu que quatro de seus outros filhos sucedessem Caifás como sumos sacerdotes. Esses fatos constituem um forte indício de que nenhum outro homem em Jerusalém exercia tanta influência na hierarquia judaica quanto esse homem. Ele devia ser um dos homens mais poderosos de Jerusalém naquela época.
Considerando que Anás foi o responsável pela prisão de Jesus, ele também deve ter sido quem decidiu o que fazer com Ele após a prisão. Anás promovera a campanha contra Jesus, estava mobilizando-a o mais rápido possível e estava determinado a concluí- la. Ele providenciou tudo, dando as ordens e arquitetando a trama. Por isso, depois de ser levado em custódia, Jesus foi apresentado a Anás.
Decidido a eliminar Jesus, Anás quis vê-lO para elaborar uma acusação que O condenasse. Quando Jesus apresentou-Se, Anás interrogou-O “acerca dos seus discípulos e da sua doutrina” (João 18:19). Tanto o Antigo Testamento quanto as leis romanas estavam sendo violados pelo procedimento de Anás.
Tendo levado Jesus a julgamento sem uma acusação real contra ele, Anás começou a interrogá-lo.
“Assim, a escolta, o comandante e os guardas dos judeus prenderam Jesus, manietaram-no e o conduziram primeiramente a Anás; pois era sogro de Caifás, sumo sacerdote naquele ano” (João 18:12, 13).
Jesus disse: “Eu tenho falado francamente ao mundo; ensinei continuamente tanto nas sinagogas como no templo, onde todos os judeus se reúnem, e nada disse em oculto. Por que me interrogas? Pergunta aos que ouviram o que lhes falei; bem sabem eles o que eu disse” (João 18:20, 21).
A essa altura da narrativa, a cena muda para um oficial parado ao lado de Jesus durante o interrogatório. Esse homem, tentando restabelecer a dignidade de Anás, esbofeteou Jesus e disse: “É assim que falas ao sumo sacerdote?” (João 18:22). As palavras de Jesus mais uma vez descreveram a situação com tranqüilidade: “Se falei mal, dá testemunho do mal; mas, se falei bem, por que me feres?” (João 18:23). Jesus colocou os interrogadores no banco do acusado. Nesta curta entrevista, Anás foi derrotado em seu próprio gabinete, por apenas uma meia dúzia de frases ditas por Jesus.
Anás, porém, não se intimidaria. O texto diz: “Então, Anás o enviou, manietado, à presença de Caifás, o sumo sacerdote” (João 18:24). Apoiado em acusações fabricadas e más intenções, ele mandou Jesus a Caifás, insistindo que o sumo sacerdote elaborasse com ele uma acusação contra Jesus. Assim, Anás assumiu seu lugar na história como a tocha que ateou fogo na crucificação de Jesus, o Filho de Deus.
E eles, porém, tendo prendido Jesus, conduziram-no a Caifás, o sumo sacerdote; e reúnem-se todos os sumos sacerdotes e os anciãos e os Escribas (onde os Escribas e os anciãos se tinham reunido).
Os sumos sacerdotes, porém, e todo o sinédrio procuravam falso testemunho contra Jesus, para o matarem (como o matariam); e não encontraram (não encontravam). Muitos, pois, diziam falso testemunho contra ele, e a concordância dos testemunhos não existia, apesar de se apresentarem muitas testemunhas falsas.
E alguns, levantando-se, diziam falso testemunho contra ele, dizendo que nós ouvimo-lo a dizer que “Eu destruirei este Templo, feito à mão, e em três dias edificarei outro, não feito à mão”. Por fim, porém, vindo dois, disseram: “Este afirmou: Posso destruir o Templo de Deus e depois de três dias edificá-lo'”. E nem assim concordava o testemunho deles.
E tendo-se levantado o sumo sacerdote, no meio, interrogou Jesus; disse-lhe, dizendo: “Não respondes nada? Que testemunham estes contra ti?” Jesus, porém, calava-se e não respondeu nada.
E, novamente, o sumo sacerdote interrogava-o e disse (diz)-lhe: “Adjuro-te pelo Deus vivo que nos digas se tu és o Cristo, o Filho do Deus bendito!”
Jesus, porém, disse (diz)-lhe: “Tu o disseste: Eu sou. E, contudo, vos digo: Desde agora, vereis o Filho do Homem sentado à direita do Poder, e vindo sobre as nuvens do céu (com as nuvens do céu)”.
Então, o sumo sacerdote rasgou as suas roupas. O sumo sacerdote, porém, rasgando as suas túnicas, diz, dizendo: “Blasfemou! Para que necessitamos ainda de testemunhas? Eis que agora ouvistes a blasfémia. Que pensais? (Que vos parece?)”
Eles, porém, respondendo, disseram: “É réu de morte!” Eles, porém, todos o condenaram como sendo réu de morte.

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