O Açoite: (MC 15) – Vide anexo VI – Estudo sobre a prática do açoite
O número exato dos açoites aplicados em Jesus não se sabe ao certo, e não se pode precisar.
Afinal, quantos foram os açoites sofridos por Cristo?
O prisioneiro é colocado defronte a um poste tendo suas mãos amarradas acima de sua cabeça, sem roupas. É duvidoso que os romanos teriam seguido o costume judaico de 39 açoites para evitar uma infração da lei que prescrevia 40 açoites. Em caso de erro de cálculo, eles estavam seguros de permanecer dentro da lei. Os fariseus insistiam em ter certeza de que eram empregados apenas 39 açoites.
Os romanos seguiram em frente. O chicote era curto tendo várias tiras longas e pesadas de couro grosso, com duas pequenas bolas de chumbo ou pedaços de ossos de carneiro presas nas pontas de cada tira. O pesado açoite é descido com toda a força vez após outra nos ombros, costas e pernas de Jesus. No primeiro contato as tiras pesadas e grossas cortam apenas a pele. Então os golpes continuam, cortam mais profundamente atingindo o tecido subcutâneo, produzindo primeiramente um gotejamento de sangue dos vasos capilares e veias da pele e finalmente jorros de sangue arterial das veias dos músculos subjacentes. As pequenas bolas de chumbo primeiro causam profundas e grandes contusões, que vão se abrindo por causa dos seguidos açoites. Finalmente a pele nas costas ficam suspensas como longas tiras e a área inteira fica irreconhecível, despedaçada, ensanguentada. Quando o soldado decide que o prisioneiro está quase desfalecido, cessa o massacre.
Então o quase desmaiado Jesus, é desamarrado e naturalmente tomba sobre o chão de pedra, no seu próprio sangue. Além da tortura, Jesus é motivo de chacota entre os judeus, pois, sendo ele proveniente de cidade interiorana, fazia-se rei. O soldado romano percebe uma boa piada nesta tão clamada frase “Rei dos Judeus”. Ele veste um manto sobre os ombros de Jesus e coloca um bastão em suas mãos como um cetro real. Ele ainda precisa de uma coroa para que seja verdadeiramente um Rei. Um pequeno feixe de galhos flexíveis cheios de longos espinhos(provavelmente usado como lenha) é preparado no formato da cabeça e pressionado sobre a mesma. É bom lembrar que a cabeça é uma das áreas mais vascularizadas do corpo, e mais uma vez, há grande perda de sangue. Depois de zombar bastante e acertá-lo na face, os soldados tomam o bastão e batem mais na cabeça forçando os espinhos aprofundarem-se mais na cabeça, cravando-os.
Finalmente, cansam-se da brincadeira, a túnica é arrancada bruscamente de sua costa. O manto já até tinha aderido-se às costas em carne viva junto aos coágulos de sangue e soro das feridas, e a sua retirada certamente causa intensa dor como nós mesmos experimentamos com nossos machucados. As feridas começam a sangrar novamente.